sexta-feira, novembro 13, 2009


"Marco Polo e a Princesa Azul", da Ibis Libris, foi o primeiro livro de editora brasileira no Kindle. Sua versão foi retirada depois de algum tempo, pois a editora desativou seu serviço. Mas pode ser encontrado impresso na Livraria Cultura e Livraria da Travessa. Já foi vendido para a Biblioteca Nacional, para bibliotecas de todo o Brasil.

5 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Parabéns!
O pioneirismo é sempre louvável.
Mas o Kindle me assusta um pouco - será o fim do livro como o conhecemos, da experiência táctil e olfativa?
Que faremos com as nossas bibliotecas?
Um fraterno abraço e um 2010 repleto de paz, ventura e realizações!

Thereza Christina Rocque da Motta disse...

Isso ainda levará muito tempo. Mas o futuro começa hoje. E temos de estar preparados (preparando o caminho). Fraterno abraço para você também! Feliz 2010!

Marisa Sevilha Rodrigues disse...

É primoroso, este teu trabalho, Thereza. Estou sem palavras. Estou boquiaberta. Estou sem fôlego. Curiosíssimo é que hoje acordei pensando na parábola sobre a mulher de Lot. E fiquei pensando, não com as mesmas palavras, exatamente o que vc pensou, prá ter o insight prá escrever os poemas que compõem este livro. Mas a minha pergunta, que ficou na minha cabeça, foi:quantas mulheres são necessárias para construir o sonho de um homem? De qualquer homem, mesmo o mais comum?
Quantas? Quantas mães? quantas irmãs? Quantas de nós, já que eles só pensam em partir, em empreender, em seguir em frente, em desbravar, em lutar? E,nós, as mulheres, somos as que pensamos na luz da candeia, no leite que não poderá faltar ao filho que ainda amamentamos, no tecido que teremos que cortar e cozer, prá que eles tenham roupas, cobertores, mantas, com que se abrigarem do frio. Somos nós, as mulheres, que cuidamos de aromatizar a casa, com as flores colhidas dos nossos jardins, que lavamos e passamos suas calças e camisas de linho branco, somos nós que lavamos seus pés, quando eles chegam exaustos da guerra. Enfim, quantas de nós serão necessárias, para levarmos seu corpo ao sepulcro, no dia de sua morte? Pq, ao fim e ao cabo,mais uma vez, eles partirão, antes de nós.

Thereza Christina Rocque da Motta disse...

Isa Sevilha, lindo o que disse, e totalmente verdadeiro. Obrigada pelo seu comentário. Justamente nesse sentido tenho feito meus poemas, porque mesmo quando a mulher parte antes, ela deixa seu legado, pelo cuidado que teve com aquele homem. A mulher sempre estará presente, mesmo depois de partir.

Thereza Christina Rocque da Motta disse...

Isa, reli agora o seu comentário, que nem sei em que ano foi escrito, mas também me surpreendo com essa passagem de Lot, seja pela mulher, seja pelas filhas. Não sei por que, meu pai tinha um quadro das filhas embebedando Lot para poder seduzi-lo. Esse quadro era imenso e ficava na sala de nossa casa em Montevidéu. Depois esse quadro ficou com meu irmão que não sei que fim deu a ele, mas a cena era assustadora para uma criança sensível como eu, principalmente pelo tema, mesmo sendo bíblico. Nem sei de quem era o quadro. Sua lembrança me remete a esse começo que talvez tenha inseminado essa pergunta que todas nós nos fazemos quando os homens partem e depois voltam. O seu sentimento é o meu, e por isso continuo escrevendo sobre essas mulheres esquecidas pela História e que continuam cozinhando e cosendo para seus maridos e filhos. Grande abraço.